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Cadê o PSol?

Presença constante nas eleições de Cuiabá e MT, o Procurador Mauro não deu as caras em 2024

Sociedade, cultura e política com jogo de cintura

Sociedade, cultura e política com jogo de cinturaGuto é assessor de comunicação, se interessa na integração do desenvolvimento sustentável rural e urbano e expressões culturais

07/09/2024 10h21Atualizado há 1 mês
Por: Augusto Pereira
Fonte: Guto Pêra

Depois de anos sendo o único candidato do PSol nas eleições majoritárias, o Procurador Mauro não está concorrendo em 2024. O eterno candidato costumava aparecer como um participante sem chances de vitória, até que nas eleições de 2016 despontou como favorito nas pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de Cuiabá.

Muitos podem não lembrar, mas diante das opções, uma parte significativa da população de Cuiabá pretendia votar no candidato da camisa amarela. O que motivou essa preferência? O nome já era muito conhecido por conta de outras eleições, suas críticas aos políticos tradicionais faziam sentido e alguns votariam como protesto diante da mesmice da classe política. Foram meses de dianteira nas pesquisas eleitorais, o que trouxe uma preocupação para seu grupo: e agora, o que a gente faz se ganhar?

O PSol em Mato Grosso é um partido pequeno, nunca elegeu um vereador sequer, por isso seria difícil encontrar nomes de peso para montar um secretariado. Nem falo em nomes famosos, mas encontrar pessoas com experiência em gestão para os cargos. O que aconteceria fatalmente seria um convite ao PT para integrar o governo do PSol. Apesar das diferenças serem maiores na época, ainda eram os partidos com mais afinidades.

No entanto, a preocupação com a composição de um secretariado de governo não durou muito. O pastor televisivo, O pastor Silas Malafaia, em um vídeo, declarou que o PSol representava uma ameaça às famílias por defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Para não perder votos, Mauro gravou um programa eleitoral afirmando que não apoiava essa pauta. O resultado foi desastroso: ele afastou tanto os conservadores quanto os progressistas. “Por que votar em um candidato que se diz progressista, mas não defende as pautas identitárias?”.

Assim, a candidatura do favorito nas pesquisas em 2016 derreteu, perdeu a liderança, perdeu o segundo lugar e nem sequer foi para o segundo turno. Mas Mauro teve quase 25% dos votos, um potencial candidato a deputado federal nas próximas eleições, não é mesmo? Não foi. Em 2018 o lambadeiro se lançou ao senado mostrando que não gosta de concorrer nas eleições proporcionais.

O Procurador Mauro é servidor público, cantor de lambadão e alterna a presidência do PSol em Mato Grosso com seu parceiro, José Roberto Cavalcante. Mas há problemas nessa liderança. Para se manter à frente do partido, o quase sempre candidato filiou um grande número de pessoas simples que não participam das discussões políticas da sigla, mas fazem número para votar nas suas propostas. Dessa forma o PSol em Mato Grosso fica esvaziado da identidade que o caracteriza nas representações dos deputados federais.

As eleições de 2022 foram o começo de uma nova história do PSol, o partido que sempre lançava candidaturas puras, sem coligações, compôs chapa com o PT de Lula, porque considerou estratégica a aliança para derrotar Jair Bolsonaro e seu projeto autoritário. Seguindo a tendência nacional, o PSol em Cuiabá está na chapa do candidato Lúdio Cabral em 2024. Há sete candidatos do PSol para o cargo de vereador, sendo três mulheres. Apesar de ser o nome mais conhecido do partido no estado, o Procurador Mauro não se candidatou. Em 2019 ele anunciou que deixaria a disputa eleitoral após conseguir 25% dos votos e sem deixar um sucessor de popularidade.

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