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SUPERAÇÃO

Mulheres vencem o câncer de mama e redescobrem a maternidade: “amamentar é possível”

Conheça a história de Priscila Neres, empresária de Chapada dos Guimarães, e Patrícia Rodrigues, de Cuiabá

18/11/2024 09h36
Por: Bárbara Rosa
Fonte: Com Assessoria
Foto: Reprodução/Assessoria
Foto: Reprodução/Assessoria

A vida da empresária Priscila Neres, 39 anos, moradora de Chapada dos Guimarães, mudou radicalmente em 2013, quando, aos 29 anos, percebeu um caroço no seio esquerdo. Durante as festividades de fim de ano, o sinal passou despercebido, mas, em maio de 2014, incentivada por sua esteticista, Priscila procurou atendimento médico. O diagnóstico foi impactante: câncer de mama em estágio avançado.

Ela relembra emocionada: “Após o diagnóstico, o médico me disse: ‘O seu primeiro tratamento será tirar da sua vida tudo que não te faz feliz’. Isso me fez refletir sobre meu casamento de 11 anos e meu emprego, onde eu não era feliz.” Esse foi um momento de ruptura e de renascimento para Priscila, que encontrou forças para recomeçar.

Priscila enfrentou quimioterapia, perdeu os cabelos e precisou realizar uma mastectomia total. O tratamento foi bem-sucedido, e ela pôde realizar a reconstrução mamária – um direito garantido, inclusive pelo SUS, por não se tratar de uma cirurgia estética. Após sua recuperação, conheceu o atual marido, com quem está casada há quatro anos. Aos 36 anos, engravidou de seu primeiro filho, João, e, para sua surpresa, conseguiu amamentá-lo.

“Eu achei que não poderia engravidar, quanto mais amamentar. Mas quando meu filho nasceu, a enfermeira insistiu para eu tentar. Foi instantâneo e emocionante poder ser mãe e dar de mamar”, conta. Hoje, João tem 2 anos e 4 meses, uma criança saudável e símbolo de sua vitória contra o câncer.

A história de Patrícia Rodrigues da Silva, 40 anos, também é inspiradora. Aos 31 anos, ela sentiu um nódulo abaixo da axila e, após consulta médica e exames, foi diagnosticada com câncer de mama. Seu tratamento incluiu a retirada de parte do seio, mas ela adiou a reconstrução mamária. Após a cura, Patrícia engravidou e, em 2023, tornou-se mãe. Apesar das dúvidas, conseguiu amamentar sua filha, que hoje tem 1 ano e 8 meses. A amamentação tornou-se um momento de cura emocional para Patrícia, que, assim como Priscila, venceu o câncer e experimentou o milagre da maternidade após a doença.

O médico Wilson Garcia, especialista em mastologia e reconstrução mamária, destaca a importância do diagnóstico precoce. “A mamografia, disponível pelo SUS, em planos de saúde e redes privadas, é essencial. O diagnóstico precoce, que detecta lesões menores que um grão de arroz, aumenta as chances de cura para até 95%. Já em estágios avançados, essa chance cai para apenas 5%”, explicou.

Ele também esclarece que a reconstrução mamária é um procedimento reparador, e não estético. “O objetivo é reparar os danos causados pelo câncer, restaurando a aparência das mamas e contribuindo para a autoestima da mulher. É um direito garantido, inclusive pelo SUS, mesmo anos após a cura.” Segundo o especialista, as técnicas atuais são menos invasivas e preservam mais tecidos, o que facilita a recuperação das pacientes.

Wilson reforça que mulheres que tiveram câncer de mama podem, sim, amamentar após o tratamento. “A amamentação traz inúmeros benefícios tanto para a saúde da mãe quanto do bebê, além de reduzir o risco de recorrência do câncer”, afirmou.

Ele também alerta para a importância de um estilo de vida saudável na prevenção de diversos tipos de câncer. “Cerca de 30% dos casos podem ser evitados com hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e controle do consumo de álcool e cigarro. Uma dieta rica em alimentos processados aumenta o risco de câncer, enquanto priorizar carnes brancas e evitar o sobrepeso são cuidados recomendados”, destacou.

O câncer de mama, que lidera as estatísticas entre mulheres no mundo, é seguido pelos cânceres de colo de útero, intestino grosso (cólon e reto) e pele. Para mulheres com histórico familiar da doença, o especialista recomenda acompanhamento rigoroso e exames genéticos. “Apenas de 5% a 10% dos casos de câncer são genéticos, mas o rastreamento regular é essencial para quem tem histórico familiar, pois esse grupo está em maior risco”, explicou.

As histórias de Priscila e Patrícia mostram que é possível renascer após o câncer e que a maternidade e a amamentação podem ser uma realidade, oferecendo esperança a outras mulheres. A vitória dessas mulheres exemplifica a força da resiliência e a importância do acesso a tratamentos completos e inclusivos.

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