Novo laudo pericial traz uma reviravolta no caso da morte da empresária Elaine Stelatto, ocorrida no lago do Manso, em Chapada dos Guimarães, em 19 de outubro de 2023. A perícia constatou que a causa do óbito se deu por afogamento em razão de ingestão de álcool e que os ferimentos no corpo da vítima foram provocados por uma corda (corda para boia) que ela usou como cabo de segurança e amarrou em seu corpo para entrar na água.
O laudo conclui que após a análise dos fatos e, sobretudo, dos documentos encartados nos autos, nada indica que existiu crime. “Pela análise objetiva dos documentos constantes do processo, é possível afirmar com segurança que a mesma [vítima] se enroscou com a corda de tal forma a gerar as escoriações e ferimentos por todo o corpo”, traz trecho da conclusão do laudo assinado pelo perito Antônio Ramos Corrêia.
O novo laudo pericial foi contratado pela defesa do advogado Cleber Figueiredo Lagreca, que é feita pelo advogado Eduardo Mahon. Cleber é apontado como responsável pela morte da empresária e está preso.
O laudo contratado por Mahon faz uma análise minuciosa de todos os exames e perícias realizadas pelo Instituto Médico Legal (IML) da Politec, laudos de reprodução simulada da Politec, relatórios das investigações da Polícia Civil e oitivas de testemunhas para apurar as causas da morte da empresária.
“O perito é categórico ao afirmar que nos autos do processo há tentativas de ordem subjetiva de levantar hipóteses para o 'encaixe' de versões que não encontram respaldo técnico”, destaca Mahon.
De acordo com o advogado de defesa, o novo laudo aponta no processo “expressões desairosas, conjunturas pessoais, circunstâncias hipotéticas, tudo somado embasou o que a autoridade policial esperava ouvir”.
A denúncia feita pelo Ministério Público acusando Cleber, apresenta a acusação de que o mesmo teria provocado a morte da empresária por estrangulamento e que depois teria simulado sua morte por afogamento. Uma das teses apresentadas pelo MP foi a de que não teria sido encontrada água nem nos pulmões e estômago da vítima.
Contudo, laudo do próprio Instituto Médico Legal (IML), emitido à época da morte, apontou que “pode-se afirmar que a morte de Elaine Stelatto Marques foi causada por asfixia mecânica, podendo ser em decorrência de afogamento ou complicada por afogamento. Salienta-se que a ausência de água no estômago não é evidência de ausência de afogamento. Por exemplo, uma vítima viva, mas inconsciente, pode morrer afogada sem ingerir líquido”, diz o laudo.
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