família da empresária Elaine Stelatto, encontrada morta em outubro de 2023, no Lago do Manso, repudiou o que chamam de tentativa da defesa do servidor público Cleber Lagreca de descredibilizar as instituições que conduziram as investigações sobre o caso. Ele é apontado como responsável pela morte de Elaine. A defesa recentemente contratou um novo laudo pericial que apontou a causa da morte como afogamente em razão da ingestão de álcool e possível manipulação, por parte de um investigador, de testemunho que incriminou Cleber.
Segundo a nota da família, nas últimas duas semanas, com a proximidade da primeira audiência sobre o caso, a defesa vem tentando manipular a opinião pública. Apontou ainda que a conclusão, que culminou na denúncia de Cleber Lagreca por feminicídio, foi resultado de uma investigação profunda e inúmeras diligências.
“Fato é que, através da exposição midiática, o advogado tenta contornar o apelo popular do caso, num país em que quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia”, argumentou, em trecho da manifestação.
Elaine Stelatto morreu no dia 19 de outubro de 2023, no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá). A família ressalta que, embora a empresária tenha morrido por volta das 15h, o fato só foi comunicado à polícia às 18h.
Na nota encaminhada à imprensa, a família afirmou que evitou se pronunciar sobre o caso em virtude do sigilo do processo e em respeito à integridade das investigações.
“No entanto, neste momento, reafirma a confiança na Justiça, acima de qualquer tentativa espúria de manipulação da opinião pública”, destaca.
A versão de Cleber é de que, por vontade própria, Elaine teria se amarrado e entrado na água, quando acabou se afogando, enquanto a lancha em que os dois estavam era rebocada. Ao longo das investigações, não foram evideciados elementos desta versão, porém, uma análise contratada pela defesa, aponta inconsistências no laudo elaborado pela Poltec - sustentando que a morte foi por afogamento.
Versão da defesa
De acordo com o advogado de defesa, Eduardo Mahon, a reanálise da perícia da Politec que diz que os ferimentos na empresária foram provocados por corda usada como cabo de segurança e que a causa da morte seria em decorrência de afogamento, e não por causa de agressões praticadas pelo suspeito, evidenciam revelam que o investigador da Polícia Civil, F.J.B, pode ter manipulado o depoimento de uma das principais testemunhas.
No relatório de investigação assinado por F.J.B no dia do acidente, consta que a testemunha, um homem de 38 anos que trabalha como caseiro e piloto de barcos em uma chácara no Lago do Manso, teria visto a mulher ser agredida por Cleber. Contudo, ao analisar os autos, a defesa teria identificado que a declaração nunca foi dada pela testemunha.
advogado afirma que o caso todo “desmorona diante das provas amealhadas pela própria acusação que se contradiz em depoimentos e laudos”.
“Fui contratado recentemente e, ao ler os autos, não percebi nada conclusivo nas perícias. Muito ao contrário: não há qualquer elemento objetivo indicando violência, nem ameaça, nem tentativa de simular ou alterar os eventos. No entanto, um relatório policial me chamou atenção por indicar uma testemunha ocular do suposto crime. Ouvida duas vezes pelo delegado responsável, essa testemunha nega que tenha visto ou ouvido alguma violência conforme consta no relatório do investigador”, afirma Mahon.
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