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LIBERDADE

Cavernas Contemporâneas

Volte à caverna e conte a verdade para as outras pessoas. Eu sei, não será uma tarefa fácil.

Café com Platão

Café com PlatãoGleidson Ribeiro, apaixonado por conhecimento e por Chapada dos Guimarães, Professor de Filosofia, Bacharel em Direito, História e Negócios Imobiliários.

25/01/2025 09h10
Por: Gleidson Ribeiro

Tudo está escuro. Você escuta um barulho de correntes e percebe que elas limitam seus movimentos. Vira o seu olhar e percebe um foco de luz, fraco, mas que começa a iluminar o ambiente, Há outras pessoas ao seu redor, mas todos encaram uma parede a sua frente, que agora, iluminada pela única fonte de luz do ambiente, uma fogueira, projeta imagens de objetos, semelhantes a um projetor de cinema. 

O que você sabe sobre o mundo, assim como todos ao seu redor, se resume ao que enxergam refletido na parede, as sombras projetadas despertam a imaginação e apenas imitam a realidade. Até mesmo os sons não são reais, na verdade, são barulhos de outras pessoas que você também não conhece.

Assim como você, os outros companheiros também nasceram nesse lugar, uma caverna, e não conhecem outro tipo de vida. Não é possível saber ou mesmo se questionar se essa é a realidade ou não.

Um dia você sai da caverna, recebe a claridade no rosto, fica cego por alguns instantes, mas aos poucos começa a perceber o “mundo real”, as cores, os sons, os cheiros, e entende que as sombras na verdade eram apenas uma parte de um mundo que nunca teve acesso, uma cópia imperfeita da realidade.

Tudo é absurdamente diferente do que você conhecia.

Sim, isso é um cenário hipotético, descrito na primeira parte do Mito da Caverna, escrito por Platão no livro 7 de sua obra: A República.

As sombras projetadas na parede são reais, percebidas e alcançadas pelos nossos sentidos, e representam para Platão o Mundo Sensível... Sim... O nosso mundo: Físico e de aparências.

E o desconhecido? Aquele mundo que existe lá fora? ... Ah! Esse é o mundo ideal, não sabemos como é lá, é um mundo inteligível, nossos sentidos não o alcançam! Mas as ideias sim! E talvez por isso sejam tão fáceis de acessar e entender!

É desse mundo, habitado por objetos ideais, perfeitos e verdadeiros que quero dialogar com você! Nele encontraremos a essência das coisas, não apenas a cópia imperfeita e instável daquilo que já está reproduzido, como a moldura de um quadro que se torna mais importante que a pintura!

Nessa jornada, precisamos então descobrir o que é a cópia de uma ideia? Ora, é tudo aquilo que trazemos para o nosso mundo físico, que, e aqui acredito que não discordará de mim, jamais será tão perfeita e estável do que aquilo que imaginamos!

Um filme, por exemplo, retrata um mundo “real” imaginado por alguém, e por isso, jovem peregrino, é ainda mais distante do mundo inteligível, ou seja, menos real e perfeito porque é a cópia da cópia.

Você dirá, mas o Mundo Inteligível é de difícil acesso, não encontramos com ideias nas ruas como quem encontra oxigênio, tão físico e essencial à nossa existência!

E eu lhe direi, se me permite dizer, Não!! O acesso a ele é mais simples do que imagina. É um processo interno de reflexão, de contemplação das suas próprias ideias.

Preciso te alertar que, apesar de essencial, pode ser doloroso, pois suas conclusões podem contradizer as nossas atuais crenças sobre o mundo.

Eis ai o sofrimento momentâneo por sair da caverna. A luz da verdade é a capacidade de enxergar que você está livre e pode iluminar pessoas que sempre estiveram ao seu lado, mas ainda são escravas das ilusões. Ainda continuam na caverna vendo sombras na parede.

Volte então à caverna e conte a verdade para as outras pessoas. Eu sei, não será uma tarefa fácil. Seus olhos já se acostumaram com a luz, terá dificuldade para enxergar o mundo delas, elas podem até se revoltarem com você, te verem como louco ou uma ameaça para a ordem das coisas, pois quer destruir o fundamento da vida delas. Como nosso amigo, Sócrates.

Temos muitas cavernas na atualidade, algumas até escolhemos entrar para esconder nossos medos e segredos.

Agora, se você sentiu-se como um dos personagens dentro da caverna que inicia esse artigo, espero sinceramente, caro leitor, que seja aquele que se libertou!

 

Por: Gleidson Ribeiro

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