Hoje, 2 de fevereiro, é celebrado o Dia de Iemanjá, a grande deusa das águas salgadas no panteão das religiões de matriz africana. Tradicionalmente, a data é marcada por homenagens e oferendas feitas ao mar, onde os devotos depositam flores, perfumes e objetos simbólicos. Mas para aqueles que vivem longe do litoral, como é o caso de Chapada dos Guimarães, no Cerrado mato-grossense, como realizar essa conexão com a Rainha do Mar sem estar à beira do mar? A resposta está na adaptação da tradição e no respeito ao meio ambiente.
Embora Iemanjá esteja intimamente associada ao mar, sua representação vai além das águas salgadas. Ela é a guardiã das águas em todas as suas formas, e é possível reverenciá-la em diferentes ecossistemas. No Cerrado de Mato Grosso, o que se pode fazer é honrar as águas doces dos rios, córregos, e lagos que, assim como o mar, sustentam e nutrem a vida.
Aqui estão algumas sugestões para aqueles que querem celebrar Iemanjá em Chapada dos Guimarães de forma respeitosa e consciente:
Em vez de jogar flores, objetos ou velas nas águas locais, que podem prejudicar os ecossistemas aquáticos, que tal oferecer flores naturais e biodegradáveis no próprio altar? Você pode montar um espaço especial com flores brancas (como as de Iemanjá), folhas e frutas que a natureza do Cerrado oferece. As flores, por exemplo, podem ser oferecidas diretamente à terra ou aos rios, sempre com o cuidado de usar materiais que não poluam o ambiente.
Para aqueles que moram longe do mar, uma excelente forma de se conectar com Iemanjá é se aproximar de fontes de água doce, como o Rio Chapada ou as várias cachoeiras que a região oferece. É importante, no entanto, que durante essas homenagens, os rituais não envolvam o descarte de produtos sintéticos ou lixo. Limpeza de áreas próximas a esses corpos d'água também pode ser uma forma de homenagem, protegendo as águas que tanto simbolizam a deusa.
Montar um altar simples em casa com elementos que lembrem o mar — como conchas, imagens da deusa e velas azuis — pode ser uma maneira de se conectar espiritualmente com Iemanjá. Ao acender as velas e realizar suas preces, você pode pedir por proteção, amor e prosperidade, como é costume nas celebrações desta data. Não se esqueça de mentalizar boas energias para as águas do mundo, pedindo por sua preservação.
A mais pura homenagem a Iemanjá é o respeito à natureza e, em particular, à preservação dos corpos d'água. Organizar mutirões de limpeza em rios, córregos ou lagos da região, ou ainda promover práticas sustentáveis, como o uso racional da água e a redução de lixo, são formas diretas de proteger as águas que tanto simbolizam a deusa.
A celebração de Iemanjá não precisa ser uma grande festa. Às vezes, o simples momento de reflexão e gratidão em silêncio, seja em uma cachoeira, no meio do Cerrado ou em sua própria casa, é suficiente para se conectar com a espiritualidade dessa grande mãe. A força das águas também está nas pequenas ações diárias que cultivam respeito à natureza e ao bem-estar coletivo.
Embora o mar esteja distante de Chapada dos Guimarães, a celebração de Iemanjá pode ser adaptada ao Cerrado com muito respeito e conexão com a natureza. Ao reverenciar a deusa das águas, podemos praticar a harmonia entre fé e responsabilidade ambiental, cuidando do nosso entorno e de nossas águas doces, como um verdadeiro gesto de amor e devoção.
Axé! ????
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