Aberto ao público desde 2005, o Museu de História Natural de Mato Grosso é um espaço para conhecer a história do estado, do país e da evolução do mundo. Localizado na casa em que já viveu nomes como Joaquim Murtinho e Dom Aquino, o espaço carrega o propósito de disseminar a ciência e a história de Mato Grosso.
Coordenado e fundado pela arqueóloga Suzana Hirooka, que possui quase 40 anos de profissão, o museu possui diversos fósseis encontrados pela própria fundadora em cavernas localizadas em Jangada e Rosário Oeste.
“A ideia do museu surgiu devido à minha profissão. Eu sou geóloga e comecei minha carreira com cavernas, aí nessas expedições eu encontrei fósseis da preguiça-gigante e outros que estão expostos”, lembra a profissional.
Em suas descobertas, ela encontrou sítios arqueológicos com diversas pinturas rupestres, o que fez com que saísse do estado para estudar. Porém, no seu retorno, não encontrou um local para armazenar o material recolhido.
“Então, a gente vai ao Estado de Mato Grosso, solicita um espaço, eles cedem esse espaço para fazer a salva-guarda. E é quando eu começo a fazer a salva-guarda das minhas pesquisas no museu. Sempre com o discurso de que as pessoas vinham fazer pesquisa aqui e levavam o nosso material para fora do estado e até do país, a exemplo do Sítio Santa Elina que registra datações mais antigas do Brasil”, explica.
Mas somente após 10 anos de uso do espaço foi que o Estado passou a repassar recursos para a manutenção do museu, proporcionando condições para que os pesquisadores da área pudessem se dedicar ainda mais a enriquecer o acervo do local
“O museu ele só se constitui museu se ele tiver uma equipe de pesquisadores. A gente sempre faz expedições para coleta de fósseis. A gente já fez expedições para Chapada, achamos muito fósseis de dinossauro. O museu possui a função de disseminar a ciência, de conscientizar”, destaca a arqueóloga.
Anualmente, o Museu de História Natural de Mato Grosso recebe cerca de 25 mil estudantes, o que Suzana vê como algo positivo, pois acredita que é nas crianças que o conhecimento se expande. “E é incrível como a gente mexe com a cabeça das crianças. Eles são fascinados por dinossauros”, alega.
Mas a programação do museu não é apenas um atrativo para crianças. Ele pode leva conhecimento e pode entreter os adultos das mais variadas idades. Aos sábados o museu oferece oficinas como yoga, aquarela, pintura, cianotipia, que é uma técnica de fotografia.
No museu, é possível passear por diversas fases da evolução do planeta, com fósseis descobertos pela própria Suzana e outros pesquisadores, permitindo que os visitantes entendam a linha do tempo que vai desde a época dos dinossauros, até a presença do homem.
Além disso, o museu traz histórias e culturas dos povos indígenas, já que Mato Grosso possui a maior quantidade de etnias do Brasil, com 216 povos. Os visitantes também passeiam pela Sala das Máscaras, da cultura da tribo Waurá, vestimenta utilizada para comemorar uma época boa da aldeia.
Para os fascinados por dinossauro, o Museu Natural possui a réplica de um Pycnonemosaurus nevesi e de um Titanossauro expostos.
Além disso, há uma trilha sensorial, onde se é permitido tocar e cheirar diversas espécies de plantas e uma parede com artes rupestres.
Para Suzana, o que falta é que os mato-grossenses reconheçam a própria cultura. Ela reforça que o Pantanal e a Chapada dos Guimarães devem visitas obrigatórias para os nascidos no estado.
“Além de incentivar que essas pessoas conheçam esses lugares, nós precisamos ter mais espaços como esse. Espaços que precisam ser constantemente incrementados. Este museu já está esgotado, nós precisamos ampliar, para que a exposição seja maior e as visitações também”, finaliza.
O museu fica aberto de quarta a domingo, das 8h às 18. A entrada meia é no valor de R$ 6 e inteira custa R$ 12. Famílias de baixa renda estão isentos do valor.
Confira o vídeo do site Gazeta Digital:
Sensação
Vento
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