Mesmo com atraso nas obras, o governador Mauro Mendes (União) afirma não se arrepender de ter trocado o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) pelo Bus Rapid Transit (BRT) e acredita em uma retomada rápida dos trabalhos do modal escolhido. "As obras serão retomadas em breve. A paralisação ocorreu por exclusivamente responsabilidade da empresa que foi contratada via processo de licitação", disse.
Em entrevista ao Jornal A Gazeta, Mendes pontuou: "A decisão continua sendo correta. O desempenho ruim de uma construtora não muda a relevância e a importância de uma obra".
O governador levou quatro anos para tomar uma decisão sobre o que faria com as obras do VLT, símbolo de corrupção da gestão Silval Barbosa (sem partido). A obra passou por auditoria no governo Pedro Taques (sem partido), mas não teve avanços. Apenas no segundo mandato, Mendes decidiu trocar o sistema e oficializou a venda dos 40 vagões do VLT ao estado da Bahia em julho de 2024, possibilitando o avanço do novo sistema de transporte.
Entre as justificativas apresentadas para a negociação, a gestão estadual destacou que a venda representou uma economia de 37,5% em cada trem, em comparação com os valores cobrados pela fabricante Rotem. Além disso, segundo o governo, os recursos obtidos foram direcionados para a implantação do BRT e aquisição de ônibus.
Apesar das promessas, as obras do BRT enfrentam entraves. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) apontou atrasos e sugeriu a rescisão do contrato com o consórcio responsável pela execução dos trabalhos. Diante desse cenário, Mendes afirmou que as negociações estão em curso para resolver o impasse.
"As negociações estão em curso. E elas vão respeitar a legalidade e a defesa do melhor interesse da população da Baixada Cuiabana", garantiu o governador.
O chefe do Executivo estadual negou que a não conclusão da obra possa representar prejuízos políticos e eleitorais para sua gestão, como ocorreu com governadores anteriores. "As obras serão retomadas em breve. A paralisação ocorreu por exclusivamente responsabilidade da empresa que foi contratada via processo de licitação", reforçou.
A troca do VLT pelo BRT foi embasada em um relatório técnico elaborado por um grupo de trabalho do governo estadual em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, ainda na gestão Bolsonaro. O documento apontava que a alternativa de menor risco seria a conclusão do VLT. Questionado se, diante do impasse atual, o BRT estaria se tornando um projeto de alto risco, Mendes negou essa possibilidade.
"Na verdade, todo o relatório apontou, de forma inequívoca, que a melhor opção seria o BRT. Um modal mais barato, mais moderno (pois não usa aquelas catenárias), com tarifa mais barata ao usuário, com previsão mais rápida de concluir, com maior possibilidade de se adaptar às rotas de trânsito e ao número de usuários", argumentou.
O governador voltou a afirmar que a escolha pelo VLT foi baseada em um relatório fraudado e citou investigações que condenaram servidores envolvidos no caso. "O próprio ex-governador confessou que a escolha do modal ocorreu para viabilizar pagamento de propina", ressaltou.
Sensação
Vento
Umidade