Um problema antigo voltou a atingir moradores de Chapada dos Guimarães: o fornecimento de água barrenta e com aspecto duvidoso. Em uma cidade conhecida por suas nascentes e belezas naturais, a população segue tendo que lidar com a frustração de, muitas vezes, não poder nem mesmo lavar roupas com a água que chega pelas torneiras.
Moradores do bairro Florada enviaram imagens à redação do Notícias de Chapada mostrando a situação. Em um dos registros, a água apresenta uma coloração turva e marrom, imprópria para o consumo e de difícil utilização até para tarefas domésticas simples. "Essa água só serviria para molhar o jardim", desabafa uma das moradoras.
Segundo relatos, além da qualidade da água, o atendimento do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Chapada dos Guimarães também tem sido alvo de críticas. “O SAAE nem mesmo atende os telefonemas”, afirma Fiama, moradora da cidade. Ela relata que o problema com o fornecimento de água persiste há anos. “Infelizmente não é de hoje que, regularmente, temos problemas com o fornecimento de água. Ora é a falta de água, ora é a qualidade da mesma. Hoje me deparei novamente com uma água turva e marrom. Chega a ser desumano este tipo de serviço, tendo em vista que não é gratuito. E aqui o problema não é preço, é qualidade. Na época de chuva, o problema é a chuva, na seca o problema é a seca, quando meio termo, a culpa é da minha caixa d'água. O problema nunca está com eles. O que nos resta é a total indignação e falta de responsabilidade de quem deve zelar por nós, moradores de Chapada dos Guimarães", afirma.
Outro morador relatou que, mesmo após realizar a limpeza da caixa d'água, o problema persistiu. Ele afirma que o SAAE costuma responsabilizar os próprios usuários, atribuindo a causa da água suja à falta de limpeza das caixas d’água residenciais.
De acordo com especialistas, há diversos fatores que podem causar a turbidez da água. Entre eles estão o acúmulo de sedimentos nas redes de distribuição, alterações de pressão durante manutenções, presença de minerais como ferro e manganês, além de alterações provocadas por fortes chuvas ou longos períodos de estiagem. Conforme apontam estudos de órgãos como a Agência Nacional de Águas (ANA) e publicações especializadas, oscilações de pressão nas tubulações costumam desprender sedimentos que ficam depositados no sistema, levando a água barrenta até as residências.
Em períodos de chuva intensa, o aumento de matéria orgânica e partículas em suspensão nas captações também pode comprometer o tratamento e gerar alterações visíveis na cor e no odor da água. Já na estiagem, a redução do volume de água disponível pode concentrar ainda mais os sedimentos. Embora em muitos casos a água turva não apresente riscos diretos à saúde, a turbidez pode dificultar a ação do cloro e favorecer a proliferação de micro-organismos, o que exige maior vigilância e monitoramento da qualidade da água distribuída.
Procurado pela reportagem, o responsável pelo SAAE explicou que, nesta época do ano, não é comum as torneiras ficarem o dia todo com água turva. Segundo ele, o que ocorreu no bairro Florada da Serra foi uma manutenção que pode ter provocado a liberação de sedimentos, o que deixa a água momentaneamente turva. “A água pode sair um pouco turva agora pela manhã, mas durante o dia deve ir clareando. Esse tipo de situação é mais comum no período de chuvas. Agora, são casos isolados e, em geral, durante o dia, a água volta a ficar limpa na torneira”, afirmou.
Veja abaixo:
Morador registrou a água barrenta saindo da torneira em Chapada dos Guimarães. Em seguida, o SAAE enviou vídeo mostrando a água já limpa após o período de manutenção.
Sensação
Vento
Umidade