Max Russi cobra governo e quer menor restrição em acessos a Chapada

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Max Russi (PSB), afirmou ter cobrado do governador Mauro Mendes (União Brasil) a flexibilização das restrições de tráfego na estrada de Água Fria, que impactam o acesso a Chapada dos Guimarães. O parlamentar disse que o governo estadual repassou a demanda ao secretário da Casa Civil, Fábio Garcia, e ao secretário de Infraestrutura, Marcelo Oliveira, e que agora aguarda uma resposta.  

Russi criticou a manutenção das restrições no período de seca, argumentando que a medida prejudica produtores rurais e a economia local. "Não concordo com a restrição na estrada para o Distrito de Água Fria durante a seca. No período chuvoso, é compreensível, mas agora está causando prejuízos aos produtores e inviabilizando investimentos", afirmou. 

O posicionamento do presidente da AL ocorreu após o prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (União Brasil), enviar um ofício pedindo a liberação de veículos pesados em trechos estratégicos para garantir o abastecimento da cidade e reduzir custos de frete. Russi destacou que a restrição, em vigor desde dezembro de 2023 devido a riscos de deslizamentos no Portão do Inferno, também afeta o turismo, especialmente com a chegada do Festival de Inverno.  

Sobre a paralisação das obras no trecho problemático, Russi disse esperar que a nova solução proposta pelo governo – a construção de um túnel – avance rapidamente. "A suspensão do retaludamento frustrou a todos. Chapada é um destino importante, e precisamos resolver isso o quanto antes", concluiu.

Pedidos de Froner

No ofício, o prefeito pede articulação para buscar a autorização para que veículos com peso total de 9 toneladas possam circular nos dois sentidos, "levando em consideração apontamentos de relatório técnico emitido pela Uniselva de conhecimento do governo". Ainda na MT-251, Froner quer a autorização para que veículos de 48 toneladas possam transitar no trecho Chapada - Mirante - Campo Verde. 

"Permitindo assim o escoamento da produção agrícola do município pela rota alternativa da estrada parque, atualmente com restrições de carga até 14 toneladas".

O gestor também quer que veículos com peso total de 48 toneladas tenham o aval do Executivo estadual para circular na MT-246 (Água Fria - Manso). Alternativa, segundo ele, permitirá que, durante a estiagem, seja feito o abastecimento de insumos agrícolas como calcário e outras cargas necessárias à população, impactando na redução dos custos de frete. Via alternativa não é totalmente pavimentada, por isso, seu uso se torna mais viável quando as chuvas cessam.

Paralisação das obras

No último dia 24, o governador Mauro Mendes reconheceu que há “algumas inconsistências geológicas” que não foram percebidas durante a produção do projeto para a obra que pretende realizar o corte do morro, no trecho do Portão do Inferno. O governador revelou que os estudos iniciais mostraram uma grande dificuldade ou quase uma impossibilidade de prosseguir na rota inicial traçada e que um novo caminho será definido de forma técnica.

Em junho do ano passado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu a licença de liberação para a obra de corte do morro no trecho do Portão do Inferno. À época a  Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) fez a licitação emergencial para execução da obra e a empresa contratada foi a Lotufo Engenharia, que apresentou a melhor proposta financeira, de R$ 29,5 milhões.